Uma vez
Estava eu lá
Torcendo
Lutando junto
Orando em silêncio
Ouvindo
Acolhendo
Abraçando
E chorando no meu canto...
Baixinho, pra ninguém se desesperar (mais)
Estava eu lá
Me dividindo em dois
Pra não tomar partido
Estava eu lá
Fazendo o que fosse necessário
Pra sarar os dois feridos
Pra consertar os estragos dos quais não participei
Eu sempre, sempre, sempre, sempre, sempre
Me dediquei
Eu sempre me dediquei!
Agora que eu perdi a utilidade
Que atingi o prazo de validade
Que ando atrapalhando tanto
Incomodando tanto
Devo dizer adeus?
Eu devo dizer adeus!
Eu nunca te contei como morrem as amizades?
Acho que na verdade eu nunca quis
Que você soubesse assim tão bem
Pedrosill
Desculpe!
É que meu pensamento,
É tudo que tenho pra te oferecer!
Um pedaço de mim
Pra você pegar
Ler e pensar
Repassar ou guardar
E quem sabe, esquecer.
Experimente e verá
Que não é tão difícil me compreender!
Pedrosill
Transcenda-me se for capaz!
Ausência tem função...
A minha tem razão!
E no fundo
Vai ser melhor eu não estar...
Pra quê ficar?
Se é como se eu nunca não!
Partir..
Pra mim é solução!
Ausência minha??
Acho que não!
Pedrosill
Eu entrei na fila
Esperei minha vez
Quando chegou, assinei
Peguei a vida
E vim embora
Já tava mais do que na hora
Da minha história começar
Pedrosill
Observe a praia
Aprenda com o mar
Se acostume a me ver sair e chegar
Espere na areia
A onda retornar
Se acostume a me ver partir e voltar
Me aceite assim
Eu não vou mudar
Me aceite assim
Que assim eu vou te amar
Me aceite assim
Mesmo se eu demorar
Me aceite
Assim eu vou te amar
Não desista de mim...
Não desista de mim...
Pedrosill
Decidi!
Vou andar por aí...
Encontrar novas perguntas...
Procurar novas respostas...
Porque pra mim o que importa,
É a vontade de nunca parar!
E você?
O que fará?
Pedrosill
Olá Amigos, Inimigos, Colegas, Desconhecidos, Amores, Desamores, Seguidores e Perseguidores! = OLÁ MUNDO!
Depois de muita espera, chegou a hora de finalmente conferir "QUEM TEM SANGUE, QUE SE CUIDE!" - Poema de Pedrosill e Ensaio Fotográfico de Gilson Vilela, inspirados no trabalho apresentado pela Quadrilha Junina Luar do Sertão nesse ano de 2012.
PRIMEIRAMENTE GOSTARIA DE DEIXAR CLARO QUE ESTE POEMA, BEM COMO ESTE ENSAIO FOTOGRÁFICO NÃO DESEJA FAZER NENHUMA APOLOGIA À VIOLÊNCIA. ELE É APENAS UMA MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA, COM O OBJETIVO DE PROVOCAR UMA REFLEXÃO A RESPEITO DA CAPACIDADE DE PERDÃO DO SER HUMANO, OU AINDA, SOBRE OS SENTIMENTOS E COMPORTAMENTOS DECORRENTES DA NOSSA INTOLERÂNCIA EM CONVIVER COM AS DIFERENÇAS.
Quem tem sangue, que se cuide!
Poema: "Quem Tem Sangue, Que Se Cuide!"
Fotos: Gilson Vilela
Modelo: Izabelle Castro e Rogger Carvallho
Concepção e Direção: Pedrosill e Gilson Vilela
Apoio: Carlos Antônio - Meu pai :D
Agradecimentos especial à Luar do Sertão pela inspiração!
Como eu já disse um post anterior (É ASSIM QUE EU FUNCIONO!), eu encontro inspiração em coisas muitos distintas. Em 2008, descobri o universo das quadrilhas juninas estilizadas de Alagoas e de lá até aqui, sempre acompanhei essa produção (seja como amigo, expectador, dançarino, diretor artístico, poeta, etc..).
Em 2010, por exemplo, a Quadrilha Rosa dos Ventos Alagoana inspirou o poema "A Meu Ver", que fala do orgulho do artesão diante da sua obra. Esse poema também ganhou um ensaio fotográfico de Gilson Vilela em 2011, onde a queridíssima Emanuelle Souza nos emprestou sua boneca de barro para dar vida às imagens (VEJA O ENSAIO DE "A MEU VER"AQUI). Quero agradecer à Mana, e toda Rosa pela inspiração!
Ao assistir os grupos em 2012, vi que a Quadrilha Junina Luar do Sertão trouxe um trabalho que apesar de ser sido muito criticado, tinha me chamado bastante a atenção: Afinal, nunca tinha visto a VIOLÊNCIA ser tratada de forma tão interessante nos arraiás! Toda essa crueldade dos cangaceiros da Luar do Sertão, acabou por me inspirar a escrever uns versos sobre uma mulher vingativa, sangue frio e extremamente violenta. E é esse resultado que trago para vocês conferirem.
Com a ajuda do meu grande parceiro cultural, Gilson Vilela, produzi o ensaio que pudesse ilustrar esses versos e só havia uma única pessoa que pudesse me ajudar com isso: a INCRÍVEL Izabelle Castro. Em dezembro de 2011, ela deu vida ao ensaio "À Espera da Noite" que mostrava uma socialite se jogando no lado sujo da noite, sem o medo das consequências com sua imagem. Quero em especial, agradecê-la por topar mais uma de minhas loucuras neste cenário cultural.
Aproveitando o ensejo, agradeço também Rogger Carvalho, que super de boa, aceitou o convite de juntar-se a nós. Uma estréia maravilhosa diante das câmeras! Obrigado Rogger! Você foi incrível :D
Diante mão, imagino que ganharei o prêmio de "ódio eterno" de muitos integrantes de grupos rivais por eu ter escolhido fazer este poema e ensaio inspirado na Luar. Mas para estes quero dizer que MINHA ARTE NÃO TEM LIMITES e que é importante que todos aprendam a reconhecer o trabalho um do outro como FORMA LIVRE DE EXPRESSÃO, mesmo não apreciando! CULTURA É ISSO! É mais do que competições e títulos, é mais do que eu e de que você!
Pedrosill