Ciúmes

2/12/2009

É algo que vem lá de dentro
E ninguém pode perceber
A não ser aquele mesmo ser que sente
É difícil de controlar
Descontrole é a maior missão
Uma dor só de pensar em descobrir
Que tudo foi em vão

E o mundo enorme encolhe
A mente fértil cresce
E esquece tudo que já se viveu
E um louco espuma
Chora e te impõe a culpa
De um crime que não cometeu

E eu não me sinto o mesmo
Daquelas noites passadas
Mal dormidas
Porém muito bem aproveitadas
Eu não te vejo no lugar
Que penso que deveria estar
Até que leve um certo tempo
Pra eu para de imaginar

Enquanto isso o mundo enorme encolhe
A mente fértil cresce
E esquece tudo que já se viveu
E um louco espuma
Chora e te impõe a culpa
De um crime que não cometeu

Seriam teus raros sinais?
Ou momentos breves de carícias?
Ou as variadas fantasias?
(Que não falas)
Com medo de apavorar...
Seria meu jeito inseguro?
Por não ver o outro lado do muro...
Que faz minha cabeça girar
E pensar que posso ser usado
Somente pro tempo passar

E enquanto isso o mundo enorme encolhe
A mente fértil cresce
E esquece tudo que já se viveu
E um louco espuma
Chora e te impõe a culpa
De um crime que não cometeu

E o louco enfrenta a dura luta
Quase sempre muda
Tentando acreditar que nada aconteceu

Produto Imperfeito

2/11/2009

As lágrimas derramadas
Palavras não faladas
E tudo que eu não sequer imaginava
As mentiras e entraves
Fechaduras sem as chaves
Tudo que eu não degustasse
Brigas e querubins
Amizades e afins
A minha vontade de existir
Acabam por fazer de mim

Um produto imperfeito
Resultado dos defeitos
Que não quis enxergar
Diamante lapidado
Resultado das virtudes
Que a vida me fez acreditar

A essência e a casca
Antes não identificadas
Hoje existem separadas
Os desejos e os vícios
Os momentos já vividos
Sentimentos esquecidos
Os começos e os fins
A vontade de explodir
Tudo que eu já senti
Acabam por fazer de mim

Um produto imperfeito
Resultado dos defeitos
Que não quis enxergar
Diamante lapidado
Resultado das virtudes
Que a vida me fez acreditar

Personagem da história
Inexistente na memória
De quem não me viu passar
Implicante pelo fato
De querer deixar meus rastros
Só pra alguém me notar

Eu ando por aí pensando...
Formulando, apostando num futuro ainda incerto
E mesmo quando no meu canto
Me lembrando de manter meus olhos sempre abertos

Aprendendo a aprender...
Insistindo em ainda ser:

Um produto imperfeito
Resultado dos defeitos
Que não quis enxergar
Diamante lapidado
Resultado das virtudes
Que a vida me fez acreditar

Refletindo minhas ações
Aspirando por mudanças
Aceitando bem melhor as conclusões
Renunciando meus libidos
Confessando o que é preciso
Me curando dos meus vícios
Escrevendo um novo início

Pedrosill

Aparte

2/11/2009

Todo o calor que do amor me restar
Lembranças vagas
Todo o valor que a lição me ensinar
Verdades largas

A Lágrima que insiste em tentar não cair
O ombro que surge pra eu não desistir
O tempo que levarei pra me reencontrar

Toda ferida que deve cicatrizar
Toda esperança que devo deixar brotar
Todas as marcas que irão se perpetuar

Fazem parte desse aparte que nos parte
Mas a vida deve continuar

Toda canção que me fará lembrar
Aquela emoção que um dia me fez sonhar
Com aquele perdão que eu nego te dar

Fazem parte desse aparte que nos parte
Mas a vida deve continuar

Pedrosill

Muros

2/04/2009

É preciso de dois ou três tijolos
Pra enfim edificar
Toda a história de um homem
Que sobe de andar em andar
Em busca da satisfação
De olhar com outro olhar
Em cada detalhe uma estima
A esperança de pavimentar
Sua vida com todos os sonhos
Que a realidade não pôde lhe dar
E com cimento ele ergue seu peito
Na tentativa de suportar
Dias cada vez mais amargos
Que de mais nada se pode esperar
E Mais tarde ao passar nesta esquina
Esse alguém irá pensar
Que com suor e paixão
Fez tão belo este lugar
Que logo abrigará pessoas
Protegendo-as de tudo que um dia temeu
Mas que apesar de tanto esforços
Nada daquilo seria seu
E assim mais um dia termina
E logo outro ele verá raiar
A espera no ponto de ônibus
De uma vida que não vai chegar

Pedrosill